sexta-feira, 11 de setembro de 2009

ÉTICA PROFISSIONAL

Autor: Helder Viana


Nabuco era um professor de ensino médio de física, ensinava em uma escola pública, professor tradicional, não aceitava que seus alunos o questionassem. Felipe, aluno do terceiro ano e provável concluinte do curso, era um aluno que se dedicava muito e tinha muita facilidade em aprender matemática e física, aluno curioso não se detinha apenas as aulas do professor Nabuco, pesquisava na internet e era assinante de um periódico de grande circulação que tinha sempre por tema ciências e tecnologia. Certo dia, Felipe chega com uma dúvida, o discente queria saber como era que funcionavam aquelas campainhas de casas, o que faziam elas tocarem e foi à sala dos professores no horário do intervalo, indagando o mestre e o mesmo sem ter as respostas para o aluno e sendo posto em cheque na frente de todos os seus colegas de profissão responde veementemente:

Felipe, isso é muito complicado você ainda não tem conhecimentos suficientes para entender.

Fala duas ou três coisas que não tem sentido para a resolução do problema e dispensa o curioso aluno. Aurora, professora recém empossada de matemática vê e identifica ali uma prática que não concorda, o professor não diz que não sabe e não passa para terceiros a responsabilidade de responder. Em outro momento, Aurora procura Felipe e diz que não sabe responder, mas elogia o aluno e diz que sua indagação era pertinente, fala que tem um amigo que é Professor de Física na Universidade Federal do estado em que eles moram, e que ia perguntar a ele se ele podia responder, mas afirma que isso era uma coisa anti-ética e que preferiria que o aluno deixasse tudo aquilo por debaixo dos panos, que ele soubesse e que não passasse para Nabuco que ela a tinha ajudado pois todos sabia que o professor que não o ajudara tinha pavio curto e não gostava de ser contrariado. Felipe aceita a ajuda da professora Aurora e satisfaz sua curiosidade. Em outro momento o professor Nabuco passa um trabalho para que os alunos pudessem ganhar algum ponto para ajudar na matéria, como de costume a matéria de física tinha um grande índice de reprovação e Nabuco não queria que pensassem que ele não estava ensinando e ficar mal junto com a Coordenadora do colégio, Felipe numa atitude audaciosa resolve falar do funcionamento das campainhas das casas, por sorte em um dos exemplares do periódico que esse era assinante tratava desse assunto, o que o fez ter mais conhecimento no tema, prepara a sua aula e aproveita o raro momento em que o professor deixara ele se expressar em sala de aula. O aluno apresenta com maestria seu trabalho e não contente fala ao professor: “Se o senhor não sabe eu sei!” Isso gera uma grande polêmica na escola o professor se sente desmoralizado e Felipe deixa escapar na discussão que a professora aurora o tinha ajudado o que leva o problema para uma esfera maior. Todos com a diretora do colégio e expondo os fatos resolvem submeter o professor Nabuco a um programa de formação continuada em física, e ele sem pestanejar grita: “PORQUE ESTOU SENDO PUNIDO?” o silencio toma conta da sala e se dá por encerrada a reunião. Meses depois, o ano letivo já tinha terminado e Nabuco encontra Felipe na rua:
- Felipe!
- Opa Professor.
-Queria te agradecer.
- Porquê professor?
- Pensava que sabia de tudo e graças a sua sede de sabedoria hoje eu sei que estava errado e que nunca é tarde para aprender, dou melhores aulas depois da formação continuada e de nossa experiência e hoje eu sei como é que funciona uma campainha.
- Professor, nunca é tarde para aprender.

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