quinta-feira, 10 de setembro de 2009

O CURSINHO

Autor: Pedro Junior (Estágio Supervisionado 2)

João morava no interior do estado de Pernambuco, veio para Alagoas para tentar vestibular na Universidade Federal local. Seus pais continuam morando em Pernambuco e bancam todas as despesas de João na capital alagoana. Ele estuda a noite num dos cursinhos pré-vestibulares mais caros da cidade. Não sabe ainda o que curso de graduação pretende cursar. Mesmo se dedicando dia e noite para o estudo, João contrata um professor particular para ensinar física e matemática. Pois bem, numa das aulas particulares conversando com o professor, ele diz: “olha, não entendo gráficos, trigonometria, pra que servem as fórmulas de física que o professor apresenta no cursinho e as questões de física que consigo fazer são aplicações de fórmula”. O professor não pareceu surpreso com a história contada por João. Com o passar das aulas particulares, o professor percebeu que João ficava empolgado com as discussões que eu propunha sobre física. Ele nunca havia imaginado que um “jogo de sinuca” era pura conservação da “quantidade de movimento”, e ficou encantado com a descoberta. Mais admirado ficou o professor quando descobriu que ele não sabia que as frações 10/4 e 5/2 eram iguais, pois representavam o mesmo número, 2,5. Hoje, João largou o cursinho. As únicas matérias que João afirmou ser bom foram as de ciências humanas. “Deixei o cursinho, véi, não tava aprendendo química, nem matemática, nem física, só tava gastando dinheiro à toa, tudo entrava por um ouvido e saia no outro, além do mais, lá, tudo é dado muito rápido, às vezes você se perde e aí já era”.

Caso Fictício

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