quarta-feira, 30 de setembro de 2009

RESUMO ENVIADO PELO ALUNO FRANCISCO - DIDÁTICA PARA O CURSO DE MATEMÁTICA

RESUMO

LUCKESI, Cipriano Carlos. Verificação ou Avaliação: O que pratica a escola?

A avaliação da aprendizagem não é o fim em si mesmo, não é um processo separado, mas deve ser visto como parte de um projeto pedagógico e de ensino.
Seu maior objetivo deve ser ajudar os educandos nas suas várias formas de desenvolvimento rumo a um progresso cultural dentro da sociedade na qual está inserida.
O maior objetivo desse texto é responder a seguinte pergunta: a configuração formada pelos dados da prática escolar, referentes aos resultados da aprendizagem dos educandos, define-se como verificação ou como avaliação? E o caminho de ação escolhido será o da ciência por se incumbir do desvendamento de objetos.
Os três procedimentos sucessivos mais utilizados na aferição do aproveitamento escolar pelos professores são:
Medida de aproveitamento escolar;
Transformação da medida em nota ou conceito;
Utilização dos resultados identificados.

Na medida de aproveitamento escolar o professor se utiliza de um padrão de medida (o acerto) em relação a quantidade total de questões em um teste, por exemplo.
Esse padrão é posterior e geralmente transformado em pontos (podendo ser distribuídos igualmente para cada acerto ou variando-se essa distribuiçãoem função da complexidade de cada questão acertada), mas ainda permanecendo o caráter de medida.
Na transformação de medida em nota, o professor quantifica a quantidade de pontos e padroniza um conceito em função dos acertos, transformando o processo numérico em um processo de conotação verbal, tais como SS = superior, MS = médio superior, ME = médio, MI = médio inferior, IN = inferior, SR = sem rendimento, ou por palavras denotativas de qualidade, tais como Excelente, Muito Bom, Bom, Regular, Inferior, Péssimo.
Com a utilização de resultados o professor pode simplesmente registrar os resultados no Diário de classe, oferecer aos educandos “reprovados” no processo novas oportunidades de melhorar os conceitos, ou pode ainda trabalhar com os educandos visando o aperfeiçoamento e posterior sucesso no processo ensino-aprendizagem.
No entanto, o que verifica-se é que a maioria dos educadores se utiliza deste processo apenas para qualificar seus alunos como “aprovados” e “reprovados”, e não para buscar o real aperfeiçoamento do fim proposto: a aprendizagem.


A Escola Opera Com Verificação e Não Com Avaliação da Aprendizagem

A dinâmica do ato de verificar consiste na busca de algum dado ou informação, e com a análise chega-se ao fim desse processo, não se retirando do mesmo, necessariamente novidades significativas.
Na avaliação atribui-se uma qualidade a algo, ato ou ação, observando o objeto da avaliação de maneira positiva ou negativa. Ela consiste na coleta, análise e síntese dos dados que configuram o objeto da avaliação e diante do posicionamento favorável ou não em relação ao mesmo, segue-se com a tomada de decisões de manter o objeto como está ou posicionar-se a favor de mudanças.
Vemos então que no ensino brasileiro predomina a verificação, pois os professores, com raríssimas exceções, se sujeitam a apenas obter e registrar a configuração da aprendizagem, nada decorrendo daí.
No entanto, com essa prática educacional contribui-se para a formação de uma cultura apoiada no medo dos alunos, de ficarem reprovados.

Encaminhamentos

Por se tratar no método avaliativo o mais significativo para a construção do processo ensino-aprendizagem buscaremos nortear os aspectos que devem ser tratados na utilização do mesmo.

Uso da avaliação

Na prática avaliativa o professor deve avaliar o aproveitamento escolar, tendo por base seus aspectos essenciais e como ponto final uma tomada de decisões que busque o desenvolvimento do aprendizado do aluno.
Assim, o professor deve:
Coletar, analisar e sintetizar objetivamente as manifestações de condutas cognitivas, afetivas e psicomotoras dos educandos, produzindo uma configuração do afetivamente aprendido;
Atribuir uma qualidade a essa configuração de aprendizagem a partir de um padrão;
A partir dessa qualificação tomar decisões sobre condutas de alunos e professores que deverão ser seguidas, tais como a reorientação imediata da aprendizagem ou o encaminhamento dos educandos para passos posteriores da aprendizagem


Padrão Mínimo de Conduta


Na avaliação de todo o processo de aprendizagem deve-se estabelecer um padrão mínimo de conhecimentos e não um padrão mínimo de notas, como ocorre hoje na nossa prática educacional.
Com o estabelecimento da média 6 para a aprovação dos alunos, pode-se encobrir graves deficiências na aprendizagem dos alunos deixadas de serem tratadas pelo fato de o aluno ter atingido o mínimo necessário para não fica reprovado.
O ideal seria que não houvesse avaliação por meio de notas, mas como é muito difícil esta mudança no atual cenário educacional poder-se-ia estabelecer o padrão mínimo de 7 para a aprovação do educando, pois assim, mesmo que a nota permanecesse a encobrir desvios de aprendizagem, as conseqüências seriam menos catastróficas para os alunos que atingissem a média de 7, em relação aos que hoje alcançam a média mínima de 6.
Nessa nova classificação, o professor só passaria para o novo conteúdo quando todos os alunos alcançassem a média necessária, e obviamente alguns grupos de alunos alcançariam essa média mais rapidamente do que outros, devido a diferenças culturais, entre outros motivos.
No entanto, o educador não poderia ater-se apenas ao mínimo necessário para a aprendizagem, mas buscar ultrapassá-lo.


Estar interessado em que o educando aprenda e se desenvolva


A prática da avaliação da aprendizagem só terá sucesso se o educador estiver efetivamente interessado na aprendizagem do aluno, no entanto não é o que se verifica hoje no nosso quadro educacional devido ao processo utilizado (verificação) e aos baixos investimentos governamentais na efetiva aprendizagem do educando.
Para que a avaliação se tome um instrumento significativo da prática educativa, é importante que tanto a prática educativa como a avaliação sejam conduzidas com um determinado rigor científico e técnico.

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