Esse material é a transcrição de uma palestra de Saviani proferida na UFAL em 2008.
O direito à Educação
Parto então de uma tentativa de situar a educação como um
direito proclamado, a educação é normalmente situado no campo dos direitos
sociais conforme a classificação já clássica do Marshal que distinguia entre os
direitos individuais, direitos civis, direitos políticos e os direitos sociais
dos quais a educação é o primeiro deles. Segundo Marshal pelos direitos sociais
iniciou-se a batalha em busca no século XX. O que foi consagrado em nossa
constituição que em seu artigo 6 coloca a educação como o primeiro dos direitos
sociais.
A educação é condição inicial para o exercício de todos os
direitos, uma vez que em uma sociedade na qual para que se tenha acesso às leis
é necessário saber ler, a educação torna-se condição essencial para o exercícios
dos direitos deveres. Essa sociedade a sociedade moderna eligiu a escola como
forma principal dominante da educação.
Para cada direito cabe um dever. Se a educação é proclamada
como direito e reconhecida pelo estado como tal, cabe a este prover os meios
pelos quais esse referido direito se efetive.
A partir da segunda metade do século XIX, os demais países
começaram a organizar sistemas nacionais de ensino; com o objetivo de
universalizar a escola primária erradicando o analfabetismo, pois se é uma
sociedade baseada na escrita, os analfabetos não tem vez nesta sociedade, então
eles precisam ter acesso á cultura escrita e o meio para se chegar ao domínio
da cultura escrita é a escola daí a
implantação das escolas nos diferentes países.
Bom, mas e o Brasil, como enfrentou essa questão? A
proclamação da educação como um direito foi se incorporando a um discurso
dominante e progressivamente foi sendo também
consagrada na ordenação legal culminando
com, no caso do Brasil, com o disposto na seção 1 da educação integrante do capítulo 3 da educação da
cultura e do desporto do título oitavo da ordem social, essa nossa constituição promulgada em 5 de outubro
então colocou no artigo 205 a educação como um
direito de todos e um dever do estado e
da família. Não bastando a clareza deste enunciado a norma é reforçada nos
parágrafos 1 e segundo do artigo
208 dos quais estabelece que o acesso
obrigatório e gratuito é um direito público subjetivo porque o não oferecimento
do ensino obrigatório pelo poder público
ou sua oferta regular importa responsabilidade da autoridade competente então a
constituição deixou isso claro é direito público subjetivo portanto passível de
mandado de injunção que vai responsabilizar a autoridade pública pelo não
cumprimento desse direito que ela é responsável porque é dever dela oferecer as
oportunidades de ensino de educação para que o direito a educação se efetive
mas em que grau o estado assumiu ao longo da história do Brasil esse dever de
garantir o direito de todos a educação então eu vou fazer um passeio rápido
pela história do Brasil mostrando o conflito entre o direito a educação e o
dever de educar na nossa situação então há ai um conflito, uma discrepância,
entre um direito que é proclamado por todos mas a sua efetivação é postergada
pela falta de medidas efetivas nesta direção.
Nós podemos considerar que a primeira medida do estado
brasileiro visando a prover acesso a
educação no Brasil foram os regimentos de dom João terceiro editados em
dezembro de 1548 para orientar as ações do primeiro governador do Brasil
Tomé de Souza que chegou aqui no Brasil em 1549 acompanhado de dois irmãos e
quatro padres jesuítas chefiados pelo Manoel da Nóbrega e nesse mesmo ano de
1549 os jesuítas deram início a obra educativa centrada na catequese guiados
pelas orientações contidas naquele regimento, naquela política definida por dom
João terceiro então os jesuítas estavam cumprindo um mandato delegado pelo rei
de Portugal nessa condição cabia a coroa portuguesa manter mas o rei enviava verbas
para manutenção e vestimentas dos padres e não para as construções então, no
relato do padre Manoel da Nóbrega numa certa de agosto de 1552 eles aplicavam o
recurso num colégio da Bahia, os recursos que chegavam de Portugal e nós,
dizia, nós os padres remediamos com o que ainda do reino trouxemos porque a mim
ainda me serve a roupa com que embarquei e no começo, vivemos por esmolas.
Então o que eles faziam, chegaram em março de 1549 essa carta é de agosto de 1552 portanto mais
de três anos depois ele ainda estava com a roupa que tinha chegado de Portugal
não comprava novas, embora o rei mandasse dinheiro para as vestimentas porque
ele precisava usar aquilo para construir o local onde se dava o ensino para
manter e aquele dinheiro era também para a comida mas ele também usava para a
escola e vivia de esmolas veja como a situação dos professores já na sua
origem (rsrs) tinha essas
características. Em 1564, não se desespere porque afinal de contas as coisas
podem melhorar, em 1564 a
coroa portuguesa dotou o plano da redízima, pelo qual 10% de todos os impostos
arrecadados da colônia brasileira passaram a ser destinados a manutenção dos
colégios jesuíticos , então de tudo que era arrecadado aqui dentro 10% iriam
para os colégios jesuíticos. A partir daí iniciou-se uma fase de relativa
prosperidade dadas as condições s
materiais que se tornaram bem mais favoráveis. Mas a educação então era
financiada com recursos públicos configurando uma espécie de escola publica religiosa porque eram os
padres que financiavam o ensino mas a escola era mantida com recursos públicos
que o governo arrecadava e destinava então 10% para esse fim e se o ensino era
ministrado pelos jesuítas podia ser considerado como público pois era financiado por recursos públicos pelo seu caráter
de ensino coletivo ele não preenchia as outras condições para ser publico já
que do ponto de vista material como
pedagógico, isto é, os prédios assim como sua infra-estrutura, agentes,
diretrizes pedagógicas, normas disciplinares e os mecanismos de avaliação se
encontravam e não sob controle da ordem dos jesuítas portanto sobre domínio
privado então o resultado disso, ou seja, o poder publico não assumir seu
compromisso com a educação e transferindo isso para particulares, no caso, nas
nossas origens para os jesuítas, quando se deu a expulsão dos jesuítas em 1759 a soma de todos os
alunos de todas as instituições jesuíticas não atingia 0,1% da população
brasileira. A educação é direito de todos mas o que havia de duração no país
naquela época abrangia 0,1% da população, porque isso, porque delas dessa
educação estavam excluídas as mulheres cerca de 50% da população estavam
excluídos também os escravos que eram
40% da população excluía-se também os negros livres, os pardos, filhos
ilegítimos e crianças abandonadas então ficava um ensino extremamente restrito
a uma pequena elite, bom ai os jesuítas foram expulsos e inicia-se as reformas
pombalinas, as reformas pombalinas constituíram uma espécie de escola publica
estatal pelo alvará que expulsou os jesuítas em 1759 determinou-se o fechamento
de colégios jesuítas, substituindo-se pelas aulas regias mantidas pela corra,
portanto mantida pelo poder publico e
para isto foi instituído em 1772 o subsidio literário esse subsidio literário
tributava os produtos da colônia em especial no caso do Brasil a aguardente que
era produzida a partir da cana de açúcar cujo pólo principal era aqui a região
do nordeste os canaviais que temos por aqui datam daqui também nesse caso as
aulas regias que se concentravam dominantemente ao nível secundário para
ministrar se limitava ao pagamento do salário dos professores as diretrizes
curriculares e deixava-se a cargo do próprio professor a provisão do material
necessário relativos ao local e era geralmente a casa do próprio professor e a infra-estrutura os recursos pedagógicos
tudo isso ficava sob domínio privado
responsabilidade dos próprios professores e o estado poder publico e
essa situação era ainda mais agravada uma vez que a colônia estava com uma
estrutura arrecadadora subsidio literário, bem, mas a carruagem continua a
andar e veio então em 1822 a
independência foi instalado o primeiro
império e fez aprovar em 15 de outubro de 1827 a lei das escolas de
primeiras letras que determinava que em todo povoado deveria ser instituída uma
escola mas essa lei acabou virando letra morta que em 1854 no ato adicional a
constituição colocou as escolas elementares sob a responsabilidade das
províncias e as províncias não estavam equiparas nem tecnicamente e nem
financeiramente para prover a instrução então a instrução continuou sendo não
suficiente para atender ao direito da
população do país nos 49 anos correspondentes ao segundo império entre 1840 e 1848 a media anual de
recursos financeiros investidos em educação pelo governo central foi de 1,8% e
para instrução primária e secundaria 0,47%
o estado portanto não cumpria seu dever em matéria de educação logo não
garantia a população a ter acesso a ela não obstante isso a consciência da
importância da educação se expressava na percepção de que na instrução pública
está o segredo da multiplicação dos pães e que o ensino restitui cento por cento
o que com ele se gasta afirmou Almeida de oliveira na seção de 18 de
setembro de 11892 do parlamento brasileiro então a proclamação da educação como
um direito e como uma prioridade continuava
e também não faltaram propostas Tavares Bastos considerando que não há
sistema de instrução eficaz sem o desprendimento de muito dinheiro propôs em
1870 assim como cada habitante concorre para
a manutenção de despesas de água, esgoto, iluminação, calçadas, estradas
e todos os melhoramentos locais assim contribua para o mais importante deles a
educação dos seus concidadãos o primeiro dos interesses sociais, em que todos somos solidários para proclamar
e propor então que todos deveriam contribuir para isso mas isto não se
efetivava era um apelo, era também uma proclamação não só do direito a educação
mas da necessidade também que fossem
providos os recursos para atende-la e Tavares bastos então apresentou um plano
criando dois tipos de impostos, um local
e um provincial mas dada a mania de se querer os fins sem se querer
empregar os meios necessários e próprios conform declarou moraes sarmento em
1850 resultu que nenhum país tem mais oradores nem melhores programas, a
prática é o que falta completamente ironizou agasis em 1865 que o agasis era um
francês que tava ai viajando pelo brasil e fez esse tipo de observação. Rui
barbosa em 1852 fez a seguinte constatação o estado no brsil consagra ao
serviço da educação apenas 1,99% do orçamento geral enquanto as despesas
militares nos devoram 20,86% dessa forma
o sistema nacional de ensino não se implantou e o país foi acumulando um grande
defict histórico em matéria de educação continuava pois a persistir o conflito
entre a proclamação do direito a educação e a sua efetivação. Bem, mas o
império termina e a republica é proclamada e ao longo da primeira republica o
ensino permaneceu praticamente estagnado o que pode ser ilustrado com o numero
de analfabetos em relação a população local 65% entre 1900 e 1920 sendo que seu
numero absoluto aumentou de 684000 em 1900 para 11401715 em 1920 então o numero
de analfabetos não só não diminuía como aumentava a partir da década de 30 com
o incremento da industrialização e da urbanização começa a haver um incremento
correspondente nos índices de escolarização sempre porém num ritmo aquém do
necessário a vista dos escassos investimentos então como ficaram os
investimentos ai a partir da década de 30 quando a própria constituição federal
começou a instituir a obrigatoriedade de existir um percentual mínimo em educação os
investimentos federais em ensino passam de 2,1% em 1932 para 2,5% em 1936 e os
estaduais se reduzem de 15% para 13,4% e os municipais se ampliam de 8,1 para
apenas 8,3 isto tudo, não obstante a constituição de 1934 ter determinado que a
união e os municípios deveriam aplicar nunca menos de 10% e os estados não
menos do que 20% da arrecadação de impostos na manutenção e desenvolvimento dos
sistemas educacionais essa vinculação orçamentária foi retirada da constituição
e 87 e foi retomada na carta de 96 que fixou no mínimo de 20% para os estados e
municípios e 10% da união no entanto em 1955 em plena vigência da constituição
de 46 nós tínhamos os seguintes índices a união aplicava 5,7% a constituição
dizia que tinha que aplicar pelo menos 10 os estados aplicavam 13,7% e os
municípios 11,4 quando a constituição obrigava aplicar pelo menos 20% as
constituições do regime militar de 67 e a emenda de 69 voltaram a excluir a vinculação
orçamentária e o que aconteceu então o orçamento da união para aeducação e
cultura caiu de 9.6% em 1965 para 4,31 % em 1975 a atual constituição
promulgada em 1988 estabeleceu a vinculação, reestabeleceu a vinculação fixando
em 18 para a união e 25% para estados e municipios como texto constitucional
estabelece esses percentuais minimos em relação a receita resultante de
impostos além do desrespento com o estabelecido n masa 9 da carta magna ou seja de não se cumprir o
estabelecido encontrou-se a partir do governo Fernando Henrique Cardoso
empossado em 1994 um outro mecanismo de burlar esta exigência passou-se a criar
novas fontes de receita nomeando-as porém não com a a palavra imposto mas
utilizando o termo contribuição como foi/é o caso da cofins nossa contribuição
para o financiamento da seguridade de social foi o caso da cpmf contrubuição
provisoria sobre movimentação financeira
e é o caso da cide contribuição sobre intervenção do domínio econômico.
a essas receitas como não recebe o nome de impostos não se
aplica a vinculação orçamentaria
constitucional dirigida a educação então a constituição diz receita de impostos
se cria receita que não se chama imposto e ai não aplica o direito
restitucional da constituição.
Bem então isto que
foi-se manifestando ao longo de toda a historia do país persiste ainda
na situação atual este conflito entre a proclamação e a efetivação do direito a
educação essa discrepância entre o direito a educação e o dever de oferecer
instrução e considerando a situação atual vamos tomar um índice de caráter
global e um índice por enquanto ainda não atingido truques e gentios e que são
mestres das nossas elites econômicas e politicas então vamos tomar não os
percentuais que a constituição define e ai vem o problema, se não é imposto não
cabe, vamos somar o produto interno bruto que é a soma de todas as riquezas
produzidas pelo país então calculado
pela nova metodologia do IBGE o PIB brasileiro foi de dois trilhões e trezentos
e vinte dois bilhões de reais isto
significa que levando-se em conta que a formação do próprio método que o brasil
gaste na educação igualmente 4,3% do PIB os gastos para 2007 deveriam ser da
ordem de 90 bilhões e oitocentos e quarenta e seis bilhões de reais assim mesmo
descontando-se os gastos com o ensino superior que não chegam a 1% de PIB o total de 43 bilhões e cem milhões
previstos para o FUNDEB para 2007 está muito aquém do que corresponderia a este
ano com efeito mesmo que fossem
destinado 23 bilhões também não acontece, só para efeito de raciocínio, se
fossem destinados 23 bilhões ou seja 1% do PIB ao ensino superior o montante a
ser destinado a educação básica seria de 76 bilhões e oitocentos milhões quase
o dobre os 46 milhões programados para 2007 e esse é o montante de que dispõe o
MEC para o novo PDE o plano de desenvolvimento da educação. Dada essa histórica
resistência em investir na educação o brasil chegou ao final do seculo XX sem
resolver um problema que os principais países inclusive os nossos vizinhos,
Argentina, Uruguai e Chile, resolveram na virada do seculo XIX para o seculo XX
ou seja a universalização do ensino fundamental com a conseqüente erradicação
do ensino para enfrentar este problema a constituição de 88 previu nas
disposições transitórias que o poder público nas suas três instancias união,
estados e municípios deveriam pelos dez anos seguintes destinar 50% do
orçamento educacional para esta finalidade
então a universalização do ensino fundamental e a erradicação do
analfabetismo, isto não foi feito e quando este prazo estava vencendo dez anos
portanto era até 98, quando este prazo estava vencendo, o governo criou o
fundef, com prazo de mais dez anos para
esta mesma finalidade e a ldb aprovada em dezembro de 1996 por sua vez instituiu
a década da educação e a ela seguiu-se a aprovação em 2001 do plano nacional de
educação que também se estenderia por dez anos e também fixava como metas
principais universalizar o ensino fundamental e erradicar o analfabetismo no
final de 2006 ao se esgotarem os dez anos do prazo do fundef foi instituído o fundeb fundo de manutenção e
desenvolvimento da educação básica antes era do ensino fundamental agora é da
educação básica ou seja da educação infantil ensino fundamental e ensino médio,
educação de jovens e adultos, educação especial educação dos indígenas,
educação dos afro-descendentes então toda a educação básica está contemplada pelo fundeb instituído em
dezembro de 2006 quando venceu o prazo do fundef então em substituição ao
fundef foi criado o fundeb com prazo de 14 anos ou seja, até 2020 e agora
quando mais da metade do tempo do plano nacional de educação já passou vem um
outro plano que não é bem um plano é mais um programa de metas chamado de plano
de desenvolvimento da educação (PDE) vem estabelecer um novo prazo desta vez de
15 anos propondo a solução do problema para 2022 bem neste diapasão já podemos conjecturar
sobre um novo plano que vai ser lançado em 2022 prevendo quem sabe mais 20 anos
para resolver o mesmo problema e o direito a educação continua portanto sendo
algo proclamado, mas o dever de garantir esse direito continua sempre sendo protelado coisa que os principais
países resolveram no final do seculo XIX nós chegamos ao final do seculo XX sem
ter resolvido e corremos o risco de
chegar ao final do seculo XXI empurrando pra frente este mesmo problema.
Bom, para romper com esta logica protelatória é necessário
por em pratica uma medida de impacto e mudar a realidade das escolas levantar o
animo dos professores que passariam a desenvolver suas atividades para viabilizar
esta mudança eu propus em 1997 para o plano nacional de educação que se
dobrasse imediatamente o percentual do PIB investido no setor passando dos
atuais cerca de 4% para 8% mas esta proposta foi considerada inviável e ai
vinha com aquela tese do cobertor curso,
cê cobre dum lado, descobre de outro mas
na verdade essa proposta não tinha nada de ia nos colocar apenas no nível dos
países que mais investem em educação como segundo os próprios dados do MEC na
época eram os EUA que investiam 7,5% do PIB o Canadá 7,6% a Noruega 8,7% e a
Suécia 8,8% então se nós chegássemos aos 8% nós nos aproximaríamos desses
países mas com a diferença que esses países já universalizaram a educação
básica a bastante tempo e tem um pib bem maior que o nosso proporcionalmente a
população no entanto continua investindo nessa faixa agora o brasil como se
atrasou pra suprir esse defict histórico para implantar o sistema ele teria que
investir muito mais e no plano de desenvolvimento da educação apresentado pelo
MEC os recursos quando referidos coisas
que estão parecendo um tanto nebulosas estão claramente aquém do que já estaria
disponível mesmo aumentando o percentual do PIB para educação num quadro
montado pelo MEC para evidenciar o avanço representado pelo fundef mostra-se que
enquanto o fundef previu um montante de um bilhão e meio de reais para 2006 o valor previsto para o fundeb em
2007 era de 43 bilhões e cem milhões chegando no terceiro ano de vigência a
55,2 bilhões ainda que esses valores se efetivamente aplicados melhore o grau
de financiamento deve-se observar que eles não teriam força para alterar o
status quo vigente ou seja a ampliação dos recursos permitirá atender um numero
maior de alunos mas as condições semelhantes e tao precárias quanto as atuais isto é
com professores em regime de hora aula com classes numerosas e sendo
obrigados a ministrar grande numero de aulas semanais para compensar os baixos
salários que ainda vigoram nos estados e municípios diferentemente disso
aplicando-se o índice de 8% ao PIB de 2006 nos teremos um montante de 185760000 de reais dete montante
aproximadamente 1% para o ensino superior ou seja 23 bilhões teríamos para a
educação basica cerca de 2760000 de reais portanto quase quatro vezes o valor
previsto para o fundeb para o mesmo ano
de 2007 e cabe observar também que embora se tenha alardeado que o fundeb
amplia os recursos, proporcionalmente, os recursos diminuíram porque a ampliação dos recursos foi menor do
que a população atendida enquanto a população atendida se ampliou em 56,6% os
recursos se ampliaram em apenas 36,6% , portanto, os recursos investidos por
aluno, diminuíram. Fica demonstrado que se dobrássemos o percentual do PIB
haveria recursos suficientes para tratar a educação com a devida seriedade e de
acordo com a prioridade que é tratada nos discursos mas nunca efetivamente
considerada. Procedendo da forma como
estou propondo nós estaríamos de fato
provendo os recursos que permitiriam dar o salto de qualidade necessário para
colocar a educação brasileira num patamar civilizado condizente com a magnitude
de seu território de sua população e de sua economia, bem, parto para
conclusão. Diante das resistências de toda ordem que sempre se antepõe as
iniciativas de resolver o problema do financiamento da educação no Brasil é inevitavel a retomada da seguinte questão
trata-se mesmo de um problema com relação ao qual, qualquer tentativa de
solução não passa de mera utopia diante da situação real de pobreza do nosso
país com tantas carências e necessidades nas areas de infra-estrutura de
segurança e sob os aspectos social econômico e
cultural de fato contra proposta
que apresentei surgiu diversas objeções tendo em comum a questao da
inviabilidade a vista dos recursos escassos e com a imensa gama de carencias e
necessidades em suma a famosa tese do cobertor curso, se cobre a educação
descobre a segurança a saude a infra-estrutura de transporte descobre a
necessidade de assitencia social de atender programas de reducao da fome da
miseria ora, mas e preciso deixar claro, como já foi evidenciado que não e
verdade que o brasil e um pais pobre, não é, ele se situa entre as maiores
economias do planeta podendo integrar o G8 o grupo dos 8 paises mais ricos do
mundo na epoca militar o presidente
medice se vagloriava que o brasil era a oitava economia do mundo depois houve
programas economicos recessivos e ele caoi um pouo passou lá pra décima decima
primeira posição mas no inicio do ano passado quando o IBGE reviu os criterios
do PIB o ministro da fazenda comemorou op fato dizendo que no ano seguinte o
brasil passaria aItália que é a setima economia do mundo e portanto
estaria no grupo do G8 os sete paises
mais ricos do mundo mais a russia, bem, em
segundo lugar a proposta qwue apresentei não tinha nada de inviavel pois vem sendo praticada pelos diversos
paises e tinha a seu favor o fato de ser uma medidad de impacto já que se
apresentava, já que se tratava, da ampliação imediata dos recursos
diferentemente de outras propostas que se aproximavam do mesmo patamar mas gradualmente ao longo de
dez anos, ora um procedimento como este baseado nas famosas doses homeopaticas
diluiria enormemente o esforço feito neutralizando tambem os seus resuktados
enfim eu estou convencido de que o problema todo se resume numa questao de
estrategia de desenvolvimento do pais se quisermos de fato o desenvolvimento do
Brasil obviamente a partir de suas bases economicvas é preciso definir o fator
estrategico a partir do qual todas as energias da natureza serao mobilizadas.
Bom enato qual seria esse fator estrategico, aqui eu vou tomar o que esta posto
ai o discurso dominante que diz o seguinte o reconhecimento consensual de que
vivemos na sociedade do conhecimentode que nesse tipo de sociedade a educação formal é a chave sem a qual todas
as portas tendem a ser fechadas sem essa chave os individuos ficam excluidos as
organizações inclusive as empresas perdendo produtividade acabam tragadas na
voragem da competitividade este é o discurso que esta na boca da maioria das
pessoas com destaque para os empresarios e os politicos bom, entao0 assumamos
este consenso isso vai implicar o quê vai implicar eleger a educação como fator
estrategico de desenvolvimento do pais isto é, o ponto de partida do
desenvolvimento do país será o investimento maciço em educação por ai então eu
reformulo a minha proposta anterior em lugar de duplicar o percentual do PIB
investido em educação proponho carreemos para a educação todos os recursos
disponíveis então não é apenas 8% do Pib mas todos os recursos disponíveis,
então o montante do PIB cobertas as
despesas tudo que pode ser investido investe em educação porque que eu estou
dizendo isso, porque procedendo dessa maneira nos vamos ver que não se trata de
colocar os recursos para a educação em competição com outras áreas necessitadas
como saúde segurança desemprego, pobreza
e etc. Então aqui estou desmontando, estou negando a teoria do cobertor curto
que diz que se você cobre um lado você descobre o outro então se você cobre a
educação você descobre a saúde segurança etc.ao contrario, a educação será a via escolhida já que foi eleita o eixo
do projeto global de desenvolvimento do país
será a via escolhida para atacar de frente simultaneamente todo esses
problemas porque isso, porque veja bem, se nos ampliarmos o numero de escolas
tornando-as capazes de absorver toda a população em idade escolar nos vários
níveis e modalidades de ensino se povoarmos esses escolas com todos os
profissionais que elas necessitam em especial com professores em tempo integral
e bem remunerados nós estaríamos atacando o problema do desemprego diretamente
por ser ampliados milhões de empregos no campo escolar então você não está indo
contra a situação do emprego, mas ta criando empregos a partir da própria
educação mas nós estaríamos atacando também o problema da segurança pois
estaríamos retirando das ruas do assédio do trafico de drogas um grande
contingente de crianças e jovens que hoje acaba ficando sem saída e para
sobreviver entra no tráfico e com o tráfico vem os assaltos e portanto os
problemas de segurança mas principalmente com essa decisão estaríamos atacando
todos os demais problemas pois estaríamos promovendo o desenvolvimento
econômico uma vez que esses milhões de pessoas com bons salários irão consumir
e com isso ativar o comercio que por sua vez ativará o setor produtivo, a
agricultura que vai produzir mais e portanto contratar mais então a questão é
qual é o eixo de desenvolvimento? Porque o fato dos professores ganharem bem
volta para a economia eles vão fazer o quê com isso? Vão consumir e o consumo
vai ativar a economia o problema é então apenas a mudança do eixo até agora
qual era o eixo do desenvolvimento econômico? Desde o inicio do século XX o
eixo é o automóvel por isso é que o modelo de produção, o modelo do
desenvolvimento produtivo no mundo durante a maior parte do século XX foi
chamado de Taylorismo/Fordismo então era um modelo fordista porquê? Porque
tinha como centro a produção de
automóveis FORD foi a empresa pioneira
na produção de automóveis e o modelo fordista foi o modelo de desenvolvimento
econômico no seu conjunto então o automóvel é o carro chefe do desenvolvimento
econômico quando este modelo entrou em crise, fez água na década de 70 do
século passado foi preciso reajusta-lo, subtitui-lo e então a esse modelo
rígido do fordismo se substituiu com o modelo flexível do toyotismo mas veja
bem, o toyotismo é ainda o automóvel o eixo, é outra empresa produtora de
automóveis, a toyota que agora dá o norte dá o eixo do desenvolvimento
econômico mundial, bom, então sendo o
carro chefe, todos os outros setores de certo modo depende desse e não apenas
as industrias de auto-peças que se multiplicam nos vários municipios para suprir as necessidades das
montadoras de automóveis mas também a verticalização das cidades então as
empresas de contrução civil vão construir edifícios nas cidades a
infra-estrutura de transportes ai se sucateiam as ferrovias e se abrem estradas
se abrem grandes avenidas nas cidades então cria o problema ia dos trânsitos
engarrafados, da poluição, então os efeitos colaterais negativos do modelo de
desenvolvimento centrado no automóvel a poluição ambiental então o que eu estou
propondo é que a gente desloque o eixo, retire o eixo desse ponto e passe para
o ponto da educação, com base em quê? Não estou inventando isso, e não estou
também propondo nada que não leve em conta o que os próprios setores dominantes
de hoje vem dizendo por isso é que eu parti do discurso que está na boca de
todo mundo ai em especial dos empresários e dos políticos. Nós vivemos na
sociedade do conhecimento aqui o domínio dos corpos formais, a instrução formal
é decisiva, a instrição formal, o que que é instrução formal, são as escolas,
portanto é objeto do setor educação, se você então leva a sério a
universalização do direito a educação então você cria os mecanismos para ter
acesso ao pensamento formal então os próprios setores dominantes que estão
pregando isto. O que eu estou então propondo é que em coerência com esse
discurso nós assumamos as práticas disso e em conseqüência o eixo do projeto de desenvolvimento do país
e além disso a implementação desse projeto vai provocar o crescimento
exponencial da arrecadação de impostos que se dinamiza a economia, se produz
mjais também se arrecada mais e com esses impostos arrecadados, o estado poderá
resolver os problemas de infra-estrutura não apenas de transporte mas também de
energia abastecimento, meio ambiente, saneamento, etc. e arcaba inclusive com
programas sociais destinados ao agora reduzido grupos de não incluídos neste
processo de desenvolvimento geral do país então programas sociais praticamente
não vão ser mais necessários pois vão estar incluídos nesse grande
desenvolvimento mas na medida em que houver algume resíduo, com situação
especifica, como a situação daquele com necessidades especiais o governo
disporá de recursos porque tammbém a base de arrevadação de impostos se ampliou
portanto ele conta com mais recursos para investir nestes setores, bom, e claro
que isso tam em deveria resolver um problema que hoje também está ai na mídia e
que foi a justificativa para criação do PDE o plano nacional de educação que é
questão da qualidade da educação. Transformada a docência numa profissão
atraente socialmente em razão da sensível melhria salaria e das condições de
trabalho, para ela serão atraídos muito juvens dispostos a investir seus
recursos tempo e energia numa alta qualificação obtida em cursos de longa
duração e em cursos de pós-graduação com um quadro de professres altamente
qualificado estaríamos formando os tão decantados cidadãos críticos, criativos,
esclarescidos, e tecnicamente competentes para ocupar os postos do fervilhante
mercado d etrabalho de um país que estaria recuperando a pleno vapor sua
capacidade produtiva estaria criado por este caminho o tão desejado e tão
proclamado circulo virtuoso do desenvolvimento. Bam, ai vocês poderiam estar
dizendo, bam mas é pra valer isto? E eu
então completaria, trata-se de uma proposta ingênua, romântica? Eu diria que
não ela apenas extrai com um certo grau de radicalidade as consequêcias do
discurso hoje dominante. Se há uma pitada de ironia na forma que foi enunciada,
isso foi motivado pelo desejo de cobrar coerência aos portadores desse
discurso. Está então lançado um desafio aos formadores de opinião. Aos
dirigentes de vários níveis dos mais diferentes ramos de atividade, aos
políticos, e também à área jurídica, aos advogados, juízes e em especial, ao
ministério público. Se a educação é direito publico subjetivo passível portanto
de mandado de injunção e se o não atendimento desse direito importa na
responsabilização da autoridade pública competente então a área jurídica de
modo geral e o ministério opublico em particular tem muito trabalho pela frente
a vista do objetivo de efetivar de modo univeral o direito a educação no brasil
se a área jurídica levasse a sério o disposto na constituição, todas as
instâncias governamentais, estavam inundadas de mandados de injunções e de
processos instaurando a condenação de quse todos os nossos dirigentes de crime
de responsabilidade com atendimento ao direito de educação eu encerro então
dizendo, ou assumimos o que estou propondo
ou devemos deixar cair a máscara e pararmos de pronunciar grandes
discursos eloqueste sobre a educação em flagrante com a prática que nega
cinicamente os discursos proferidos.
Muito Obrigado!
Muito bom! espero que a nossa prova de amanhã seja proveitosa de acordo as leituras feitas.
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